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terça-feira, 26 de outubro de 2010

pela não nomeação do que não deve ser dito.





nunca gostei da palavra transcendental, pq parece algo além da compreensão.
na verdade, as pessoas inventam milhões de palavras para dizer o que não conseguem, para dar um nome à dor, à felicidade, ao amor.
o sofrimento latente? coração apertado.
preocupação extrema? estresse elevado.
solidão profunda? espírito desamparado.

o mais engraçado é que nada, nada mesmo - nenhuma dessas palavras, expressões, linguagens - consegue dar conta de amenizar aquilo que não pode ser nomeado. muito menos explicar aquilo que foi feito só pra ser sentido.

meu profundo silêncio.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

silenzio! no hay banda.

sempre tive uma queda por comunicação. aliás, acredito que seja ela mesmo que nos diferencia dos demais animais. a linguagem, não só oral, mas consolidada através da escrita, cria a história e, através disto, possibilita o planejamento de ações devires. deste ponto de vista, somos a única espécie viva capaz de registrar nosso passado e pré-ordenar nosso futuro.

assim, seria de se pressupor que somos superiores, desenvolvidos, maduros. mas não! essa mesma comunicação que nos enaltece, foi infindavelmente utilizada para segregar, para punir, para excluir. e ainda hoje o é!

aliás, esta é a minha maior questão em relação à pseudodemocracia que nos é imposta. sim, pseudo, pq uma democracia pressupõe condições igualitárias para todos, especialmente na hora de escolher um representante eleito para nos governar.

como poderíamos falar em democracia quando uma parcela enorme da população continua no escuro do analfabetismo? como escolher corretamente um candidato quando sua única fonte de informação são as propagandas políticas absolutamente parciais veiculadas pela globo? como se falar em iguais, se vivemos entre os diferentes?

e nao só isso! é essa mesma comunicação, ou melhor dizendo a falta dela, que desencadeia guerras, que justifica a fome, que empobrece o espírito. é esta linguagem que destrói relacionamentos, que rompe amizades, que impõe castigos.

então, por favor, todos nós, calemo-nos!
o silêncio que antes inquietava, hoje me acalma a alma, me ameniza o espírito, me faz silenciar.

não quero justificativas, não quero explicações, não quero discursos.
não preciso de apelos, não escuto ponderações, não me deixo levar.
silencio, e nesse silêncio, me deixo estar.